Ela sempre foi uma garota sonhadora, desde que se entendia por gente. Eram sonhos estranhos para uma garota de tão pouca idade. Ela nunca havia sonhado em ser bailarina ou cantora, como as meninas da sua classe. Ela não sabia realmente o que queria, só sabia que as palavras tinham que estar presentes, sempre. Ela sempre admirou as estrelas e achava que elas eram pessoas que não estavam mais na Terra, por isso brilhavam. Admirava as flores, o céu, o vento, as bolinhas de sabão, as pedras que ficavam no chão...
Chorou muito quando notou que não era mais criança, pois ela tinha perdido a inocência de achar que o mundo era perfeito e até as gotas de chuva tinham outro significado. Embora tenha crescido muito e aprendido que o mundo não era nem tão simples e nem tão bonito o quanto ela imaginava, ela não perdeu os olhos de criança que admirava o mundo e nem perdeu o amor pelas palavras, embora tenha chegado a detestá-las um dia.
Ela passou a questionar o mundo com mais fervor e com o seu entusiasmo adolescente. Decidiu que escreveria para o mundo e para o nada ao mesmo tempo. E com sua mente mais madura ela percebeu que aquela intimidade com as palavras haviam ajudado aquela menina a crescer. E tentando adivinhar o pensamento das pessoas ela entendeu que não era única que sofria com a chegada daquela nova fase, afinal, as responsabilidades chegaram tão de repente que até um soco no estômago seria menos doloroso.
E ela parou de pensar que o mundo não a entendia e que a chegada do amor seria mais um soco no estômago. Aprendendo com cada erro e olhando para a sua atual realidade ela se olhou no espelho e disse a ela mesma: Enfim, uma mulher. Agora ela tinha as antes tão temidas responsabilidades e tudo aquilo que ela possuía tinha conseguido com o próprio esforço. Ela sempre abria um sorriso inocente quando se lembrava da adolescente insegura que ela foi, sempre pensando que não conseguiria passar no vestibular, faculdade, entrevista de emprego. E tudo isso aconteceu tão naturalmente que ela mal percebeu, exceto pelas mãos geladas quando ela ia saber o resultado. Lembrou-se do diário antigo e decidiu que iria começar a ler novamente a própria vida, afinal ela já tinha conseguido tudo e só tinha um futuro a zelar. Beijou o diário como se ela conseguisse voltar no tempo e toda a dor já havia passado.
Ela escreveu no primeiro papel que achou: Só queria ter acreditado nas pessoas que me disseram que crescer não era tão difícil, afinal elas haviam crescido e continuavam de pé. E acredite, realmente não é...
Gostaram do texto meninas? Ele foi escrito pela Gleanne Silva do blog Thousand Loves. Ela escreve vários posts maravilhosos em seu blog e irá contribuir algumas vezes aqui no blog. Para conferir mais textos façam uma visitinha no blog dessa fofa.
Beiiijos :*
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